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quinta-feira, 15 de março de 2007

Desencontro
No sabor da madrugada, compilo.
Guardo as perguntas –
e como alma que esbarra na escada
me nego a perder teu silêncio.

Da sorte de ser parte tua,
abandono esse lado da estrada e sem rima
ou apenas dançando na sala,
desfaço-me : artérias e veias.

Tenho dois candelabros sem vela que apenas
esperam, te invocam...
Trazem teus olhos abertos
como pedras preciosas que lembram.

Imagino pessoas e bocas e cantos e mãos :
já não sei se sair nesse mundo buscando teu cheiro
acalma ou me mata.
Não me destes teu salvo conduto
Mas fincastes em mim teu anzol.

Nesta estrada do meu coração
há camisas, relatos, compassos.
Há canções tingidas de afeto
e uma lua com nome e com voz.
(Poema classificado em 2º lugar no concurso Antologia Delicatta, e publicado em livro organizado por Luiza Moreira, “Antologia Delicatta” )