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sábado, 3 de setembro de 2011

Barbante

Barbante


Tua poesia
é tudo ou nada
ou quase.
E nela
penduro meus sotaquis
do mundo inteiro
o mundo fora
o mundo dentro

o mundo fechado pelo pensamento
nem sempre atento.


Atento a ti
como um colar amarrado
que estoura a corda
que perde as pérolas
encontra tesouros espalhados
feito você com seu recado



acorda à toa
ri na esquina
e te decora.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Que eu aguarde

E iam aparecendo os barulhos do dia
como um ser gigante e bruto
rindo
que me comia.
Iam se fazendo  as horas
como um tricô clandestino
escondendo suas línguas entediantes
marcando o depois
um pouco antes...

Esperar foi como estar sobre o penhasco
no limite
quase embaixo
caindo
sem cair.

Vai nessa de que a espera
é uma arte
vai sim.
A arte é que é esperar-te
sem mapa ou norte
por não  saber
se faço parte

cris

segunda-feira, 25 de abril de 2011

ALARDE


Não sei como juntar
num mundo tão programado
arestas desajeitadas
frestas, brechas
pecados:
todas as partes que sobram
do meu ser nada amestrado
que se nega com fervor
a ficar domesticado

Gosto do alarde espontâneo
fora de tempo e jogado
que faz barulho no peito
quando percorro teus lados.

Não sei de nada certeiro
de futuro
ou legados.
Sou como um barco que segue
a luz da lua
encantado

cristina

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ciúme e armas


Não vai esbarrar teu pensamento
em pobres e hostis sentimentos:
driblarei as cercas farpadas
colocadas por toscas pertinências.

Abrirei os baús centenários
esses, que ganhamos como emblemas:
ciúmes são mulheres de vestido
que laçam seus amores com fastio.

Não são não: os ciúmes são bandidos
que cortam com as facas pulsos frios.
Porém não fazem parte de meus lemas
eu creio em liberdade, amor, poemas.

sábado, 8 de janeiro de 2011

A tua presença

Faltas como faltam as estrelas
que de longe temos
e nunca temos.
Faltas como as palavras
ausentes e destruidas
nas vozes humanas.

Faltas esgotado
nas lixas que eu permito
a esfregar nossos instantes
e quando calas me confrontas
e quando presente
te ausentas.

Faltas porque em abismo
tão vivo inteiro
tão silencioso
que não há nome
nem há sossego.

cristina

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Agulha


Buscarei no interior dos olhares
o lado de fora dos que passam.
Porque se peço
nada dizem
e se exagero
nada mostram.

Temem a raridade
dos sentimentos que não permitem
e assim
nada gritam.

Mas emudecem seus corações
de tal maneira
que a estampa clara do que apresentam
disfarçam
e fico aqui como um astronauta
pisando luas por descobrir.

Nesse tratado de espaço vivo
um dia talvez encontre você:
avise e me toque,
exagere
explicite
e passe o oxigênio
se ainda respiro

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Condutos

Uma vinda para casa
uma chave de tesouro imaginário
um pássaro
uma gota d´água no microscópio.
Você.
Poesias cantadas na banalidade da rotina
assustadoras como lírios ou margaridas.
Porque a vida não precisa ter o nome de um deus
para cutucar nossa mesmice com sua beleza.