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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Delírio

Queria minha paz de velho
como gangorra ou balanço,
praça,
domingo,
silêncio. Queria,
porque achava que precisava e estava
quase sem nexo.

Algo assim como ter o espaço
dentro das próprias costelas sem precisar pagá-lo.

Você surgiu sem surgir

(eu não sei se estás mesmo
ou
se sou eu que te faço;
valho-me de um pedaço como desenho ou sonho
algo que penduraste aqui
em minha carência exausta)

Eu sei lá se agarrada
como a uma balsa estranha
por causa do naufrágio
que abandonei por pouco...

Naufragar é preciso, sim.

Às vezes me apareces na sala dos espelhos
E eu se corro te vejo
E fico
Quase que... com desejo.
Como saber se é mesmo
este
o delírio certo?

(mesmo que nunca saiba
se for a dois,
é mesmo...)

Delírio

terça-feira, 18 de maio de 2010

foto em : [httpwww.google.com.brimgresimgurl=httpjornale.com.brwiccawp-]



Outono

Alguns jardins não mostram flores

e você fica em dúvida

se a dor é por estar caminhando sozinho

ou porque não há perfume.

Então você lembra de que é outono

as árvores deixam as folhas embora

e o vento sacode poeira nas ruas.

E então você pensa e se diz, meio triste

a dor é por tudo que ausente

insiste...

domingo, 16 de maio de 2010

Pertencer.
-ou : pertinência?_


Sei que caminhas outros montes
porque não poderia ser diferente
ou porque o mundo é vasto
minucioso
e indulgente.
Sem cadastro de corporações
limites toscos
ou possessões
até porque descabidas quando se trate
de gente.

Pertences são males pendentes
até necessários
quando se fala em objetos.
Murais.
Carros ou pontes.
Mesmo as chaves que trancam portas
tem sua raiz nos pertences.

Pertenço não
eu
nem pertence
ele.
Nem a mim,
nem a ele.
Mas pertinência é outra coisa:
dizer respeito às miradas
tênues.
Nesse pertence
eu ponho gente.