Algo nos faz passar e passamos algo pesca tuas nádegas e faz com elas balsas e arrecada beiras de cama algo alguém alguns algas de mar como folhas carrego nas minhas entranhas e sei desta dor que barganha com sede a minha existência. Dou-lhe talvez a insistência os anos a casa e as mágoas.
Para andar preciso delas e andar o mundo é a única garantia de estar viva.
(se ela não anda, ela vê. Se não, ela toca. Se navega, nádegas. E senão: boca).
Nádegas que me carregam por favor fiquem e fiquem e andem comigo e sintam e corram!
Uma poça brilhante como entrada para o centro da Terra e muitos olhares difusos com música brega na praça de areia.
Ela em sapatos cor de rosa com salto esguio e ele, chapéu de aba com ares de gigolô a pegava pela cintura.
De repente um lagarto zig- zagueante atravessou perto da vala e a sua intimidade com a rua velha e delirante assustaram a menina.
Por algo que não sabemos e que nada tem a ver com o lagarto a briga começou entre os dois.
O homem afastou-se arrogante. Poderoso.
E ela, tirando um dos sapatos correu até ele, tirou o outro e os jogou pelas costas do homem. Correu então em sentido contrário, sob o olhar espantado e paralisado do velho, correu descalça sabe-se lá para onde. A praça toda havia parado. Desde então, o homem senta-se à noite todas as noites no mesmo banco sob a lua que brilha agora gigante... às vezes chora baixinho.
Lugar Não tenho nada a não ser o tempo. Tenho? Escasso e vestido de louco rouba-me tudo ou quase tudo... Ele mata as horas e tu demoras. Eu sou alheia à Terra inteira e com gosto estranho meço o que sobra sigo o que falta não digo nada: talvez montanhas pedras e verdes. É Terra alheia esta que gira. Queria saber aonde fica aquele lugar que habitas quando te escondes dos outros feito lobo. Queria nesta Terra esquisita enxergar tua guarida.
Se pudesse impediria
essa parte de mim que extrapola.
Sim, não deixaria
que pulasse da primeira ponte pela qual se apaixona
mesmo sendo a mais alta
a garantir a beleza da distância...
Chamaria suas artérias ao bom senso
ou ao mau sentido, já que depende do ponto de vista
mas enfim, chamaria:
para que visse a realidade
desse corda aos relógios
e conseguisse ser feliz
com um amor rotineiro
que dá beijo de boa noite
e quando acorda, diz bom dia...
(é : se pudesse, impediria.
Mas é quase certo:
não quereria...)
Casi se me cierra la garganta. Alergia, debe ser, a entender. Porque solo no se entiende cuando duele una cosa, si no se quiere. Entender es como mirar: si uno ve, uno ve. Si no, no se mira. Pero las cosas no mienten. Las palabras pueden doler como agujas, y los hechos se disfrazan muchas veces, porque colocándose la fantasia de las palabras, no te dejan ver: te ayudan a imaginar. Entonces uno se va acostumbrando. Se acostumbra uno a que tal vez no haya amor, a que tal vez “lo nuestro se este acabando”, a que tal vez “no sea bien asi”, a que tal vez “yo esté apasionada pero él no...” Y uno se acostumbra tanto, que pasa a ver lo que no es. Pasa a ver que no es posible “que él este y quien sabe yo...”, “que sea exactamente eso, pero no me parezca”, que “lo nuestro no se este acabando- principalmente porque ni ha comenzado- y uno crea que ya se acabó”. Es como un laberinto de espejos, donde si uno corre, se enloquece, y si se sienta a esperar, se aburre con uno mismo. Por eso te pido: no me lo digas todo. No me acostumbres a nada. No me hagas todo lo posible, ni lo imposible todo, ni me digas nada sobre como anda lo nuestro. Porque cuando no pensamos en lo que sentimos ni lo discutimos debe ser porque aún lo sentimos... Y si me lo dices, dímelo sin palabras.
Algumas dores são indescritíveis. Porque abrem a boca e te engolem e porque vistas de frente parecem doer por questões que não existem ou caminhos não caminhados ou amados nunca amantes.
Algumas dores são relevantes não porque doam mas porque dizem segredos de nós mesmos que não sabíamos...