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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Pressa


Alopradas as pombas buscam migalhas
e passam pessoas
pernas que trombam
calçadas, lajotas calçadas:
chamam de “rush”
as horas que passam.
Porque as outras guardam-se
feito intervalos e pausas
aquelas que nunca se cansam
de lembrar-me
como faz buracos
a tua falta. 

cristina

Te explico, logo escrevo


 Surge o outro

assim,
do nada
mas de dentro
ou eu sei lá:
e toca o espaço
com olhos de vulcão
então
e somente então
percebo que escrevo para ele
porque surgem as palavras
com dono
e me invadem como chuva de granizo...

Não dá para parar
o que eu não explico:
com código genético
e escrito
preciso urgentemente
um muro limpo:
algum amigo inteiro ou quebradiço
que ao fundo me receba
como louca
ou deixe (por instantes) que eu o queira
como faz em rebeldia
alguma fera...

Tarde

Degraus de pó
e colunas de tosco cimento:
cenário que às vezes invento
sai tênue
do pensamento.
Deve ser para fugir de algum momento
por entender cheio de teias
rótulos, cercas :
os contratempos.

É que deveras não são problemas
por ter sangue de contra indicados.
Ao contrário:
no contra tempo às vezes
acha-se o recado;
e voa-se como tarde
dessas à frente de um lago
(você sentado e mudo
as pernas dobradas em lótus
curtindo um abismo
contigo mesmo ao teu lado)

cristina