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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Caminhos

Há caminhos banais e toscos como muros.
Não muros grafitados
mas limpos,
lisos como azulejos
sem diferenciais.

Por não querê-los
escalo viadutos nas cidades cheias
nas luas perdidas
nas partes de mim.
Atropelo pombas
em quintais vazios
e volto às ruas
com o peito chiando
em dor
por não ter nada.

Por não conseguir assimilar
o código do outro como solicitado
para dar forma à paixão
e domesticá-la
e guardá-la em vidros
para hibernação.

Dói a dor
de não ser explicito
não por não ser
mas por ter que fingir
tantas e tantas vezes
para poder cruzar
entre os robôs que mordem.

Por isso é que às vezes
saio como tantos
e os encontro soltos
e há encontros cantos
fáceis e dormidos
feito luas novas...

É por isso mesmo
-sei que sou mais uma-
e é que somos tantos
mas tão sós
e mudos...

cristina

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